MANIFESTO

A Poezine é uma fanzine semestral contracultural, subcultural, anticultural, acultural, pancultural e supracultural para semear, agitar, espremer, experimentar, alumiar, embelezar e afear quem nela se atrever a participar, a ler, ver, tocar, cheirar, sentir e experimentar.

A Poezine é uma fanzine dedicada à poética quotidiana que existe apesar dos constrangimentos totalitários do capital e não por causa deles.

Afirmamo-nos não em oposição aos valores culturais vigentes em que os círculos artísticos estão e são fechados, em que os especialistas fazem as recomendações às massas, em que a arte está divorciada do quotidiano e em que a espectacularização da forma reifica e priva os actos culturais do seu conteúdo, mas para além deles.

Apreciamos quem, tal como nós, cria o seu espaço de criação não se limitando a aguardar pelas condições ideais e favoráveis ou pelo aval dos arautos do status quo.

Não procuramos apenas o ponto de vista masculino, branco, ocidental de classe média. Queremos a lusofonia, o universalismo, o género e a sua ausência, a ninfomania e a abstinência, a pansexualidade, o transfronteirismo, o situacionismo, o dadaísmo, o libertário, o zen, o noise, a desconstrução, o punk em cópula com a música clássica, o experimentalismo a encavar a ordotoxia, a beleza de todas as raças, etnias, nacionalidades, credos, utopias, pessoas, criaturas sencientes ou dementes.

Aqui pertencem todo o tipo de participações, desde poesia, artigos, microficção, traduções, entrevistas, BD, fotografia, ilustração, pintura, ensaios, entrevistas e também o que não se encontrar ainda nomeado. Sem limitação de movimentos artísticos, criativos, quadrados ou redondos. Tudo o que seja dentro ou fora do limite é convocado.